domingo, 25 de setembro de 2011

Pergunta..... Como é realizado um tratamento pelo Método GDS ?


Regularmente recebo a seguinte pergunta: Como é realizado um tratamento pelo Método GDS ?


Por esta razão, resolvi postar um pequeno resumo.


O método GDS trabalha com o conceito de que nossa atitude postural e a forma de nosso corpo deriva de uma multiplicidade de fatores, desde a genética até o psiquismo e o comportamento. Estes fatores fazem parte da natureza humana e globalidade não está restrita somente aos aspectos biomecânicos. Essa é a razão de ser difícil resumir e citar o que é o mais importante no Método.

Para começar a entender o Método deve-se saber que Godelieve Struyf definiu seis famílias de músculos (AM, PM, PA, AP, AL, PL) que dão ao corpo a possibilidade de se expressar. A cada uma destas famílias corresponde uma tipologia psicocorporal presente em todos os seres humanos em proporções variadas. Entretanto, elas podem, em consequência de uma constância de tensão, aprisionar o corpo em uma determinada tipologia, dificultando sua adaptabilidade mecânica e comportamental e tornando-se, então, fonte de sofrimento. Neste momento, configuram-se no corpo os encadeamentos musculares. A proposta do Método GDS é a leitura precisa dessa linguagem a fim de determinar os meios de desfazer essa prisão muscular para que o corpo possa reencontrar a liberdade de movimentos e de expressão.

A partir da avaliação da PULSÃO PSICOCORPORAL (corresponde ao modo de funcionamento do momento. Fala de uma motivação. Ex: Um modo de funcionamento PM fala de uma necessidade de ação, PA ideal, AM afeto), do POTENCIAL DE BASE (São as predisposições de preenchimento. Refere-se ao tamanho e a qualidade dos potenciais PM, PA e AM) e da leitura das MARCAS morfológicas (úteis, aceitáveis ou desorganizantes caso não preenchamos o potencial de base), podemos delimitar o TERRENO de predisposições associados a queixa do paciente.

Godelieve Struyf lembra que estas informações não servem para rotular o indivíduo, uma vez que pulsão, potencial e marcas só servem para para entender quais as ferramentas que o paciente nos fornece e qual o melhor caminho para iniciar a relação terapêutica.

Entre as estratégias biomecânicas, utilizamos a da ESTRELA que tem o objetivo de ajustar o controle das cadeias no que chamamos de penta-coordenação. Isso demonstra que o Método foge do binômio alongar-fortalecer. Da estratégia da ESTRELA deriva a do TRIÂNGULO que busca sempre a relação entre três cadeias, sendo que a causal é colocada no ápice do triângulo. Desta forma podemos entender quem está em carência e quem está em sofrimento. Isso facilita entender como muitas vezes a causa está longe do sintoma. A estratégia da LEMNISCATA é utilizada com o objetivo de regularizar a passagem de tensão entre as cadeias mioarticulares. Uma técnica específica do método é a "ACCORDAGE" que tem como objetivo ajustar cadeias musculares de pontos fixo opostos.

Godelieve Stuyf lembra que não existem técnicas boas ou más. Todas são boas, quando adaptadas ao paciente. Todas são más, quando é o paciente que precisa se adaptar a elas. O Método, então, permite fazer uma leitura precisa do contexto em que se insere o quadro patológico, cabendo ao profissional empregar os recursos terapeuticos próprios do Método ou qualquer outro que faça parte da vivência profissional do terapeuta.


Alexandre de Mayor


As Inscrições e informações de cursos e eventos, encontram-se disponíveis no site www.apgds.com.br


Abaixo, apresento a bibliografia do Método. Nas revistas da APGDS, que são editadas anualmente, encontram-se algumas possibilidades do emprego do Método. Todo esse material poderá ser encontrado no dia da Jornada Científica. Além disso, na sessão deste blog, é possível acessar a tese de mestrado de Renata Ungier, o artigo de Maria José Arribas e a revista Olhar GDS vol I (2007).

Fonte:

. Campignion P. Aspectos Biomecânicos – Cadeias Musculares e Articulares – Método G.D.S. – Noções Básicas. São Paulo: Summus; 2003.

. Campignion P. Cadeias Ântero-laterais - Cadeias Musculares e Articulares – Método G.D.S. São Paulo: Summus; 2008.

. Campignion P. Cadeias Postero-laterais - Cadeias Musculares e Articulares – Método G.D.S. São Paulo: Summus; 2009.

. Campignion P. Respir-Ações. São Paulo: Summus; 1998.

. Denys-Struyf G. Cadeias Musculares e Articulares. São Paulo: Summus; 1995.

. Valentin B. Autobiografia de um bípede- As Cadeias Musculares e Articulares – Método G.D.S. Florianópolis: Ed. Insular; 2009.

. As Cadeias Musculares GDS e suas Aplicações Terapêuticas. 2007, Rio de Janeiro: Revista da Associação de Praticantes do Método GDS (APGDS), Vol. I.

. O Método GDS de Cadeias Musculares em Movimento. 2008, Rio de Janeiro: Revista da Associação de Praticantes do Método GDS (APGDS), Vol. II.

. O Método GDS de Cadeias Musculares no Exercício das Interações. 2009, Rio de Janeiro: Revista da Associação de Praticantes do Método GDS (APGDS), Vol. III.

. Inforchaînes: Association Internationale des Praticiens de la méthode G.D.S.


III Congresso Internacional do método GDS



O Rio de Janeiro terá o prazer e a honra de sediar o III Congresso Internacional do Método GDS, com o tema: AS ATIVIDADES FÍSICAS E O MOVIMENTO: UM NOVO ENFOQUE. O evento acontecerá de 24 a 26 de agosto de 2012, no Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC): Rua Visconde e Silva 52, Botafogo - Rio de Janeiro. Abraço e até breve!

 
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