sábado, 15 de junho de 2013

A INFLUÊNCIA DO MÉTODO PILATES NAS ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA DE IDOSAS





A atual busca por atividades físicas que promovam maior segurança para seus praticantes é constante, observando-se que esta preocupação pode ocorrer com maior frequência no público adulto e idoso. Dentre as diferentes ofertas de atividade física para o idoso que se encontram hoje nas academias, centros de convivência, clubes, escolas de dança, centros comunitários e/ou associações desportivas, enfim, espaços onde existe a proposta de atividade física, independente da modalidade executada, o Método Pilates vem ganhando amplitude e maior divulgação nesses ambientes de lazer, esporte e educação.
No Pilates bem orientado por um profissional habilitado, é praticamente inexistente a possibilidade de lesões ou dores musculares, pois o impacto é zero”.
A receptividade dos idosos frente ao Método Pilates se deve ao “respeito aos limites do corpo evita lesões e desgaste físico: a respiração correta aumenta a capacidade pulmonar e melhora a circulação; e o trabalho individualizado permite corrigir desvios posturais, trabalhando mais determinados músculos que outros. Isso é bom para todos, desde o esportista que não quer se machucar, até quem está se recuperando de um derrame”.
A proposta do Método Pilates pode ser de melhoria na qualidade de vida de seus praticantes, através de uma condição otimizada de uma nova postura, desenvolvendo maior mobilidade, equilíbrio e agilidade, embasando-se numa tonificação muscular e em um ganho de flexibilidade e elasticidade, atingidas através de seus exercícios específicos. Contudo, a comprovação dos efeitos reais para os praticantes deste método se faz relevante, se considerarmos toda a importância da atividade física no cotidiano do idoso que necessita de um planejamento específico para essas atividades e de profissionais qualificados.

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA
Qual é a influência do Método Pilates (MP) nas atividades de vida diária (AVD) de mulheres com mais de 65 anos após um treinamento de doze semanas?

1.2 HIPÓTESES
a) Hipótese Nula: O treinamento do MP não altera o tempo de realização das AVD.
b) Hipótese alternativa: O treinamento com o MP otimiza o tempo de realização das AVD.

1.3 OBJETIVOS
O objetivo geral foi analisar a influência do Método Pilates nas atividades de vida diária de mulheres com mais de 65 anos após um treinamento de doze semanas.
Os objetivos específicos foram: identificar as alterações ocorridas no tempo de realização das atividades de vida diária antes e após o treinamento de doze semanas do Método Pilates e avaliar o nível de atividade física regular semanal, antes e após do treinamento proposto.

1.4 JUSTIFICATIVA
Os estudos científicos encontrados sobre o tema, até o momento de elaboração desta pesquisa, ainda não contemplam o processo de envelhecimento, apesar da procura dessa população pelo Método Pilates. O público idoso busca cada vez mais este tipo de atividade, talvez por uma divulgação na mídia sobre este método como sendo algo novo, benéfico para a saúde e qualidade de vida, e, de tendência ou modismo; ou ainda, pelos benefícios, que também, são divulgados por fisioterapeutas, médicos, educadores físicos e outros profissionais da área da saúde.
Este estudo foi idealizado e planejado por acreditar-se nos benefícios que a prática do Método Pilates poderá proporcionar para a população idosa. A partir de relatos de alunos deste método durante as aulas das quais a pesquisadora é instrutora, houve o interesse neste tema, em específico nos possíveis benefícios para a realização das Atividades de Vida Diária.
Esta aplicabilidade do Método Pilates é pensada conforme a importância dada na realização das atividades da vida diária, em especial na população idosa que busca independência no seu cotidiano.
Ao utilizar o processo científico com seu rigor e clareza, ocorreu uma tentativa de comprovação sistematizada e organizada sobre a crença destes benefícios relatados.

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 IDOSO: SUJEITO DO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO
Partindo do pressuposto de que a população idosa está crescendo, no Brasil o número de idosos (60 anos de idade) passou de três milhões em 1960, para 7 milhões em 1975 e 14 milhões em 2002 (um aumento de 500% em quarenta anos) e estima-se que alcançará 32 milhões em 2020. E, também sugere que temos de encontrar os meios para: incorporar os idosos em nossa sociedade, mudar conceitos já enraizados e utilizar novas tecnologias, com inovação e sabedoria, a fim de alcançar de forma justa e democrática a eqüidade na distribuição dos serviços e facilidades para o grupo populacional que mais cresce em nosso país.
O envelhecimento humano como uma designação geral para um complexo de manifestações, que leva a um encurtamento da expectativa de vida com o aumento da idade. Sendo uma alteração irreversível da substância viva em função do tempo, dando manifestações de desgaste e um processo biológico, que leva à limitação das possibilidades e adaptação do organismo e ao aumento da possibilidade de morrer, reduzindo, assim a capacidade de desempenho físico e mental do indivíduo. E, finalmente seria a conseqüência das alterações que os indivíduos demonstram, de forma característica, com o progresso do tempo da idade adulta até o fim da vida.
Segundo especialistas, as pessoas entre 65 e 74 anos como idosos jovens, àquelas com mais de 75 de idosos velhos, e as com mais de 85 anos como idosos mais velhos. Contudo, esses rótulos podem ser mais úteis quando utilizados para se referirem à idade funcional.
O conceito de velhice e as vantagens e desvantagens dessa etapa da vida foram verificados em um estudo no ano de 2003 com idosos participantes do Programa Conviver executado pela Secretaria Municipal de Bem Estar Social da Prefeitura Municipal de Cuiabá/MT. As desvantagens de ser velho apareceram em maior número de depoimentos, havendo uma grande ênfase nos fatores econômicos e de saúde, que implicam em limitações e prejuízos no dia-a-dia.
O envelhecimento traz uma perda de resiliência não apenas fisiológica, mas também emocional e psicológica. Assim o idoso tende à depressão diante da doença por um conjunto multifatorial de determinantes como: menor resiliência emocional para suportar a enfermidade do que o jovem, sejam elas associadas à terceira idade, crônicas ou neurológicas, perdas e um distanciamento de suas referências no mundo moral, cultural, religioso e social do idoso.
Um estudo na cidade de Passo Fundo/RS, investigou residentes em instituições asilares. A amostra foi composta por 109 pessoas, com idade entre e 50 e 103 anos, sendo 60,55% de mulheres e 39,44% de homens. Aplicou-se a Escala de Bartheel para a avaliação funcional, em que se constatou que 59,63% dos asilados mostraram-se independentes, enquanto 40,36% necessitavam de supervisão ou assistência para a maioria das atividades de vida diária. No total foram avaliadas atividades relacionadas com banho, vestuário, higiene pessoal, evacuação, micção, alimentação, uso do vaso sanitário, passagem cadeira-cama, deambulação e escadas. Na análise individual de cada atividade, o mais elevado índice situou-se na atividade de banho, totalizando 67,89%. Também o vestuário, higiene pessoal e micção detêm altos índices de dependência funcional.
A partir da reflexão deste fenômeno, cabe aos diferentes profissionais da área da saúde que estudam o envelhecimento humano, enquanto processo biológico, social, econômico, cultural e psicológico estarem atentos para a necessidade de independência do idoso. Principalmente, durante a realização de atividades corriqueiras, especificamente, as atividades de vida diária. Estas atividades têm o seu valor essencial para a autonomia do idoso, respeitando assim, primordialmente, a sua condição de vida e valorizando a dignidade humana.
Embora a capacidade de desempenhar atividades instrumentais da vida diária (AVDs: administrar as finanças, fazer compras necessárias, utilizar o telefone, obter transporte, preparar refeições, tomar medicação e cuidar da casa) geralmente diminua com a idade, com a capacidade de resolver problemas interpessoais ou emocionalmente carregados não ocorre o mesmo.
Tendo como amostra um grupo de terceira idade que participou de uma análise qualitativa na cidade de Viçosa, Minas Gerais, a possibilidade de executar as atividades de vida diária sem necessitar da interferência ou influência de outras pessoas está relacionada com a percepção de qualidade de vida, tendo em vista o sentimento de autonomia e saúde.
Portanto, devemos abandonar os estereótipos relacionados à incapacidade, ao lembrar a figura do idoso com a idéia de fragilidade e de dependência. Na compilação e organização de relatos de idosas integrantes do Grupo Ritmo e Movimento da Boa Idade, realizado na cidade de Caxias do Sul. É inegável a importância da manutenção do movimento para a saúde, pois mesmo as atividades mais simples da vida cotidiana, podem apresentar dificuldades e conflitos que necessitam tomadas de decisões corporais.
O surgimento de um “novo-idoso”, com auto-suficiência e capacitado a administrar as suas tarefas diárias poderá ser uma conquista desta população e também dos profissionais envolvidos nesse planejamento para estratégias de qualidade de vida na velhice.
um estudo demográfico com a finalidade de traçar o perfil do idoso da região nordeste do Rio Grande do Sul, as autoras concluíram que, para o idoso a saúde tem valor maior, e que com ela despende boa parte de sua renda, portanto, pensar a saúde de forma preventiva torna-se uma necessidade. Hábitos saudáveis, ou seja, dietas adequadas, exercícios físicos e mentais, sono; vida organizada; avaliação dos fatores de risco para o desenvolvimento das doenças comuns da velhice; diagnósticos precoces; campanhas de conscientização e esclarecimento sobre doenças; informações sobre serviços prestados e outros, são medidas que levam a um envelhecimento saudável com qualidade de vida.
Envelhecer saudavelmente faz parte de um amplo processo de aprendizagem, porque a velhice está condicionada por normas e costumes que influenciam as diversas formas de agir dos sujeitos. Aprender a envelhecer é um processo que não começa depois dos 60 anos. Ele começa ainda na infância, porque é nessa etapa da vida que começam a interiorizar os sistemas normativos. Daí a ênfase dada aos trabalhos que integram gerações porque são importantes fontes de aprendizado.

2.2 ATIVIDADE FÍSICA E O IDOSO
A OMS na II Conferência Internacional das Nações Unidas, realizada em abril de 2002 em Madrid, para a promoção de um envelhecimento ativo e saudável, a prática de atividade física serve como estratégia para uma melhor qualidade de vida. O que fortalece a necessidade de manutenção quando possível, de uma vida ativa ao longo do processo de envelhecimento humano.
Segundo o Estatuto do Idoso, baseado na Lei número 10.741/2003, no que se refere o artigo 20 do capítulo V, “o idoso tem direito a educação, cultura, esporte, lazer, diversões, espetáculos, produtos e serviços que respeitem sua peculiar condição de idade”.
O âmbito da atividade física para os idosos está centrado em quatro itens que são definidos nos seguintes termos: prevenção, manutenção, reabilitação e recreação. Qualquer pessoa, independente da idade, que realize atividade física o faz com um desses objetivos, ou para melhorar e manter a saúde, ou para sentir-se bem, ocupar o seu tempo livre, o qual redunda em um melhor bem-estar psíquico. Realizando atividade física, atinge-se uma melhora física, psíquica e sócio-afetiva. Tudo isso faz com que a qualidade de vida melhore.
Ao favorecer a prática da atividade física ao idoso, pode igualmente ajudar a mudar o seu estilo de vida, muitas vezes inativo e sedentário.
Com o objetivo de investigar as representações sociais da atividade física no processo de envelhecimento, contando com uma amostra de 62 indivíduos utilizou-se da técnica de associação livre de palavras no levantamento dos conteúdos e da estrutura da representação social. E, os resultados permitiram distinguir dois campos de representação da atividade física: funcionalidade biofisiológica representado pelos elementos “ginástica” e “hidroginástica” e como significação psicossociológica, por “felicidade”, “bem-estar”, “saúde” e “dança”. E, concluíram que o trabalho interdisciplinar do profissional de Educação Física na manutenção da saúde através da orientação da atividade física, como um dos meios para que se atinja a saúde mental e física afetada pelos sintomas da depressão e ansiedade.
A aptidão física quando relacionada à saúde envolve componentes associados ao estado físico, psicológico e social, seja nos aspectos de prevenção e redução dos riscos de doenças, como também pela maior disposição para as atividades de vida diária. Estes autores realizaram um estudo para avaliar as condições físicas de mulheres com mais de 60 anos de idade, praticantes ou não de atividade física regular, na cidade de Ijuí, tendo uma amostra de 20 mulheres idosas que foi dividida em dois grupos de dez participantes. Os resultados do estudo mostraram que a atividade física regular favorece positivamente o desempenho físico, mesmo em idades acima de 60 anos. E, concluíram que há necessidade de programar, junto aos grupos de atividades físicas para a terceira idade, atividades planejadas, estruturadas e repetitivas que respeitem as individualidades, freqüência e intensidades adequadas, que são os princípios do treinamento físico.
As possibilidades positivas da atividade física na velhice, se justificam pelo consenso que, grande parte dos mecanismos implicados no processo de envelhecimento que são facilmente modificados pelo estilo de estilo de vida e pelos hábitos higiênicos e dietéticos adotados ao longo da vida. De tal maneira que quando se cumprem as recomendações destinadas a melhorar a saúde da população, pode-se atrasar e, inclusive, evitar problemas típicos da terceira idade. Recomendações como se movimentar e permanecer ativos, a mobilidade é a chave para manter-se jovem, são importantes, pois nada pior do que a imobilidade para envelhecer rapidamente.
Os benefícios da atividade física para idosos são inúmeros, esses benefícios abrangem desde o campo físico até o social: aumento da capacidade aeróbia; aumento na ventilação voluntária; melhora na flexibilidade; melhora na resistência muscular localizada; aumento do conteúdo de minerais ósseos; diminuição da resistência vascular; melhor tolerância à glicose; redução da concentração de lipídios; melhora do estado de ânimo, aumento da vitalidade e melhora significativa da qualidade de vida.
Embora o hábito de atividade física regular possa estender o ciclo vital de uma pessoa em 1 a 2 anos, um benefício muito mais importante do exercício é o aumento de 6 a 10 anos na expectativa de vida ajustada à qualidade. As conseqüências práticas imediatas do aumento da qualidade de vida incluem relatórios de maior bem-estar, uma melhora da auto-estima e sensação de auto-eficácia, bem como uma redução do risco de ansiedade e depressão.
Podem ocorrer possíveis efeitos negativos da atividade física, sendo que, esses efeitos podem ser pequenos ferimentos, dores nas articulações e até mesmo, problemas cardíacos graves, na maioria das vezes, causados por: uma condição física insuficiente no início da prática da atividade física, uma má adaptação do tipo de atividade física à pessoa, uma má dosagem do exercício, ou ainda a utilização de material de má qualidade (calçados, por exemplo).
A elaboração de um programa de atividade física para a terceira idade deve levar basicamente em consideração o preparo, para que o idoso possa cumprir suas necessidades básicas diárias impostas pelo cotidiano.
Conforme as diretrizes do ACMS, a prescrição de exercício para idosos aponta que, os princípios gerais da prescrição se aplicam aos adultos de todas as idades. As adaptações relativas ao exercício também são semelhantes às dos outros grupos etários. A melhora percentual no VO2máx. de pessoas idosas é comparável àquela relatada na população mais jovem. Lamentavelmente, a inatividade física é mais comum no idoso que em qualquer outro grupo etário e pode contribuir para a perda de independência na idade avançada. Os componentes particularmente importantes da prescrição do exercício incluem aptidão cardiovascular, treinamento de resistência e flexibilidade.
O processo de envelhecimento traz alterações da força, portanto a força máxima de uma pessoa, geralmente bem acima das demandas diárias no início da vida, diminui de forma constante com o envelhecimento. Por exemplo, a capacidade de mudar da posição sentada para a posição em pé é comprometida em torno dos 50 anos e, por volta dos 80 anos, essa tarefa torna-se impossível para algumas pessoas. Estes autores acrescentam que, os adultos mais velhos são tipicamente capazes de participar de atividades que exigem apenas quantidades moderadas de força muscular.
Podem ocorrer várias conseqüências do envelhecimento na realização da atividade física, em nível articular, as mudanças degenerativas e a falta de uso limitam a mobilidade. Sem um programa de exercício adequado, é possível que algumas pessoas apresentem uma diminuição da amplitude do movimento articular tanto em flexão e extensão. Isso implicará progressiva anquilose de difícil resolução. A diminuição de movimentos articulares, sobretudo nos joelhos e nos quadris, levará à um caminhar instável e, portanto, a um maior risco de quedas.
A perda de força e de massa muscular com o envelhecimento, também denominada, sarcopenia do envelhecimento, é uma condição com alta prevalência entre idosos e influencia o surgimento de várias adversidades, incluindo incapacidade, institucionalização e mortalidade. Neste artigo de revisão, os autores concluíram que, a aceleração da apoptose (morte celular programada) das fibras musculares pode representar o mecanismo-chave para o entendimento da sarcopenia.
Também num estudo de revisão, porém, sobre os efeitos de diferentes modalidades esportivas e de treinamento de força na remodelação óssea, discutiram as possíveis relações na densidade mineral óssea (DMO) com a força muscular e a composição corporal. Concluíram que, a determinação de qual o tipo de atividade física seja a ideal para aumentar o pico de massa óssea na adolescência, ou mesmo mantê-la após a vida adulta, é muito importante para a prevenção e o possível tratamento da osteoporose, cuja incidência ocorre principalmente em mulheres pós-menopáusticas. Além disso, as associações da DMO com a força muscular e a composição corporal sugerem que a prescrição de um treinamento que vise melhorar esses parâmetros pode ter um efeito benéfico na DMO.
A tendência de aumento na expectativa de vida certamente representará incrementos na morbidade e na mortalidade em eventos relacionados à osteoporose. Os efeitos de um programa de treinamento na força muscular do tornozelo, no equilíbrio funcional e na marcha de mulheres com diagnóstico densitométrico de osteoporose. Contando com uma amostra de doze mulheres voluntárias (idade 68,72,7) foram submetidas à avaliação física e posteriormente, reavaliadas após doze semanas. Cada sessão de 60 minutos, 3 vezes por semana, incluiu alguns exercícios de alongamento, fortalecimento muscular dos músculos flexores plantares e dorsiflexores do tornozelo, com 50% de 10- repetições máximas e treino de equilíbrio. As variáveis relacionadas ao índice de equilíbrio, à velocidade da marcha e à força muscular apresentaram melhoras significativas (p 0,05) analisadas por meio do teste não paramétrico de Wilcoxon. Portanto, programas de atividade física são eficientes para melhorar o equilíbrio funcional, a velocidade da marcha e a força muscular do tornozelo de mulheres idosas portadoras de osteoporose.
Os efeitos de 12 semanas de treinamento de força sobre a força muscular em mulheres idosas funcionalmente autônomas, mas sem experiência prévia com este tipo de treinamento. Trinta e cinco mulheres com 62 a 77 anos de idade passaram por anamnese e teste de esforço com ECG. A casuística contou com 19 indivíduos. Foram realizadas, duas vezes por semana durante 12 semanas, duas séries de 10 repetições máximas (RM) em exercícios para membros inferiores (“leg-press”) e superiores (supino reto). Conclui-se que o TF pode apresentar resultados positivos em idosas com bom nível de independência funcional. A possibilidade de estes ganhos ocorrerem em treinamentos de prazo mais longo, todavia, revela-se duvidosa.
Realizaram um estudo com a intenção de avaliar a força muscular de idosos em função do método de avaliação, participantes de um programa complementar de atividade física durante seis meses e contaram com uma amostra de dezenove idosos (12 mulheres e sete homens) com idade média de 68,7 4,2 anos. A força muscular foi avaliada isotônica e isocineticamente em quatro períodos distintos: inicial (“baseline”), intermédio (três meses após), final (seis meses após) e destreino (um mês após término da atividade). Os autores concluíram que um programa complementar de atividade física parece ser suficientemente intenso e específico para induzir melhorias na força muscular de idosos independentes. No entanto, a magnitude de resposta de adaptação e desadaptação após treino e destreino é dependente do método de avaliação utilizado.
Identificar a quantidade ideal de atividade física é fundamental para que se possa orientar práticas coerentes em relação à quantidade, intensidade e freqüência, bem como construir programas de intervenções para minimizar e controlar os problemas relacionados com o declínio funcional em idosos. Dentre os métodos e técnicas, os questionários têm sido os mais empregados para avaliar a atividade física e o gasto energético. Num estudo de revisão real, foi concluído que os questionários BAECKE e IPAQ são os únicos traduzidos e validados para a língua portuguesa, e o IPAQ foi o que pareceu apresentar as melhores condições para ser aplicado em idosos brasileiros. Assim, dentre os questionários que avaliam o nível de atividade física em populações idosas no Brasil, verificou-se que apresentam boa reprodutibilidade, mas baixa validade.
Num estudo com o objetivo de determinar o nível de reprodutibilidade e validade concorrente do questionário internacional de atividades físicas (IPAQ, versão 8, forma longa, semana usual) avaliaram o nível de atividades físicas realizadas por idosas, com tempo recordado de uma semana usual. A amostra do estudo foi composta por 41 mulheres, com idade média de 67 anos. Foram realizadas duas aplicações do IPAQ num intervalo de 15 dias, e o nível de atividades físicas foi estimado mediante utilização de sensores de movimento (pedômetros) e de um diário de atividades físicas (DAF). Ao comparar as medidas do IPAQ com as que foram obtidas com o DAF, os índices de correlação encontrados foram superiores (K=0,37; rho=0,54). Concluíram que, consideradas as evidências disponíveis sobre o assunto e as limitações do estudo, o IPAQ apresenta bom nível de reprodutibilidade e nível moderado de validade concorrente contra as medidas de referência adotadas.
Com a intenção de analisar e compreender o desempenho motor de idosos fisicamente independentes na realização das atividades de vida diária, realizaram um estudo onde participaram 30 idosos fisicamente independentes, com idade média de 68,7 anos, participantes do PAAF (Programa Autonomia para Atividade Física) da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo. As autoras tiveram como objetivo validar uma bateria de testes de atividades da vida diária. Os resultados apontaram que os testes relacionados à capacidade funcional de idosos fisicamente independentes devem enfocar as atividades de locomoção sugeridas pelos participantes do estudo como: caminhar, sentar e levantar-se, subir escadas, subir degraus, levantar-se do solo. E também, atividades diárias de habilidades manuais e de auto-cuidado, como calçar meias.

2.3 MÉTODO PILATES

O Método Pilates baseia-se no fortalecimento do centro de força, expressão que denomina a circunferência do tronco inferior, a estrutura que suporta e reforça o resto do corpo. O segundo pilar do método é aplicação dos seis princípios básicos fundamentais: concentração, controle, centro, fluidez nos movimentos, respiração e precisão. Cada exercício foi concebido para integrar estes princípios. É necessário incorporar os princípios de uma forma correta e trabalhar os conceitos fundamentais até fluírem de forma natural e se converterem em hábitos.
A respeito do princípio da concentração, é necessário que o praticante se concentre nos movimentos corretos cada vez que executar os exercícios, para que não os faça impropriamente e, desta forma, perca todos os seus benefícios.
A respeito de que, o treinamento básico com os exercícios de Pilates requerem suporte e controle do tronco em conjunto com movimentos dinâmicos das extremidades. Centralização e equilíbrio estão sempre envolvidos.
Sobre o princípio da fluidez, comparam o Método Pilates com a Dança, afirmando que o Método Pilates é como uma perfeita peça de dança coreografada, e, para ser executada com graça, significa executar os movimentos com precisão. Cada movimento ou exercício tem um ponto específico onde inicia e onde finaliza.
Em relação ao princípio que envolve a respiração, Pilates afirmou que “antes de qualquer benefício alcançado com o uso do método a pessoa necessita aprender a respirar corretamente, e que essa é uma conquista mais difícil do que se pode pensar. E esclareceu que a respiração correta seria a inalação e exalação completa do ar, ou seja, então, aperte cada átomo de ar de seus pulmões até que eles estejam tão vazios como o vácuo”.
Em relação ao princípio da precisão, para manter a correta colocação das partes do corpo é fator determinante para nossa saúde e bem-estar, e está intimamente relacionada à nossa postura. Para que isso aconteça a mente deve estar alerta a cada movimento. E utilizar-se de poucas repetições de cada exercício e uma execução de qualidade.
O princípio do controle é que cada movimento executado deve ser meticulosamente calculado e planejado, pois é desta maneira que o Método Pilates consegue reduzir o risco de lesão durante a atividade física, preparando o corpo para as atividades diárias da mesma forma que um atleta se prepara para um evento esportivo.
O sistema básico do Método Pilates, inclui um programa de exercícios que fortalecem a musculatura abdominal e paravertebral, bem como os de flexibilidade da coluna, além de exercícios para o corpo todo. Já no sistema intermediário-adiantado são introduzidos, gradualmente, exercícios de extensão do tronco, além de outros exercícios para o corpo todo, procurando melhorar a relação de equilíbrio agonista-antagonista.
Além dos exercícios realizados em decúbito ventral e dorsal, sentado, ou em pé, Pilates também criou equipamentos específicos compostos por molas a fim de desenvolver o seu método.
Os equipamentos foram elaborados para auxiliar a execução dos exercícios de solo, além de restabelecer as principais fraquezas das pessoas, como a falta de conexão com o centro de força (cuja indicação mais evidente são os músculos abdominais “saltados” para fora), costelas abertas em excesso devido às retificações e compensações na região torácica, falta de mobilidade entre os segmentos vertebrais, restrições de movimentos na articulação coxo-femoral, rigidez, encurtamento dos músculos flexores do quadril e extensores da coluna lombar, excessiva tensão nas áreas da cintura escapular, e dificuldade para dissipar esta tensão. Os equipamentos de Pilates são considerados muito criativos e originais, apesar da aparência arcaica que apresentam e de alguns nomes assustadores como Guilhotina e Cadeira Elétrica. Não podemos deixar de lembrar que eles foram desenvolvidos durante a Primeira Guerra Mundial, e talvez por esse motivo a inspiração tenha vindo destes antigos aparelhos de tortura.
Os aparelhos mais utilizados são: reformer, cadillac ou trapézio, cadeiras, barris e unidade de parede. Além de acessórios utilizados nos espaços que oferecem o Método Pilates, como: magic circle, bolas suíças (que não foram utilizadas originalmente por Pilates), elásticos, borrachas e halteres.
A pesquisa médica vem esclarecendo cada vez mais a importância dos músculos estabilizadores. Um exemplo, quando precisarmos retirar um livro de uma prateleira alta, não utilizamos primeiro a mão nem o ombro, mas os músculos posturais profundos, os quais estabilizam a espinha lombar, fazendo com que uma vértebra não se afaste muito de suas vizinhas. Esses músculos são o transverso do abdômen e um músculo posterior profundo denominado multífido. Eles formam um colete ou cinto natural de força em torno do centro do corpo de forma que o movimento possa ocorrer com facilidade, estabilidade e segurança.
O desequilíbrio entre a função dos músculos extensores e flexores do tronco, é um forte indício para o desenvolvimento de distúrbios da coluna lombar. O efeito do Método Pilates sobre a função de extensores e flexores do tronco de 20 pessoas (16 mulheres com idade média de 34,06: quatro homens com idade média de 34,06 com habilidade para executar os exercícios do nível intermediário-avançado, que completaram 25 sessões durante 12 semanas. Os voluntários foram submetidos ao teste isocinético de avaliação da flexão e extensão do tronco no início e ao final do período de treinamento. Os autores deste estudo, concluíram que o Método Pilates (nível intermediário-avançado) mostrou-se uma eficiente ferramenta para o fortalecimento da musculatura extensora do tronco, atenuando o desequilíbrio entre a função dos músculos envolvidos na extensão e flexão do tronco.
Com o objetivo geral de analisar os aspectos motivacionais que levam a prática do Método Pilates e identificar se estes aspectos estariam relacionados a fatores da saúde, sociais e/ou estéticos. Com uma amostra de 16 indivíduos adultos, de ambos os sexos, praticantes do Método Pilates, foi utilizado um questionário adaptado de Scalon com 15 itens durante a coleta de dados. Os resultados apresentados indicaram que, o principal aspecto motivacional, para a grande maioria da amostra, foi a busca por uma melhora na qualidade de vida. A melhora nas habilidades físicas e o fator “aliviar tensões e relaxar”, também foram elementos motivadores que se destacaram na busca desta prática na amostra estudada. Os fatores que tiveram um maior percentual de respostas no item muito importante estão relacionados aos aspectos estéticos e de saúde.
Para avaliar a influência do Método Pilates na flexibilidade de mulheres adultas, realizaram um estudo, e, utilizaram uma amostra composta por 10 mulheres, com idade média de 42,5 ± 16,01 anos, que mantiveram uma regularidade de duas sessões semanais, num período de oito meses. Durante a realização da coleta de dados, foram utilizadas algumas posturas do Flexiteste, que avaliaram a flexibilidade de membros inferiores, superiores e tronco. Após a análise e discussão dos resultados considerou-se que a metade da amostra apresentou melhora na flexibilidade no movimento de flexão do tronco e a metade permaneceu com a mesma pontuação na sua flexibilidade. Em relação à extensão do tronco a maioria permaneceu com a mesma pontuação nas duas avaliações realizadas. No movimento de flexão do quadril 40% da amostra obteve um aumento em sua flexibilidade e 60% permaneceu igual. E no movimento de extensão do quadril a maioria da amostra obteve melhora na sua flexibilidade. A maioria da amostra estudada obteve melhora no movimento de extensão ou adução posterior do ombro. Em relação ao movimento de extensão posterior do ombro a maioria permaneceu com a mesma pontuação em sua flexibilidade. Conclui-se que a maioria das participantes deste estudo, após oito meses de prática do Método Pilates mostraram-se corporalmente mais flexíveis.
Num estudo retrospectivo, a partir de dados obtidos do centro de avaliação física do Studio GR Pilates - Porto Alegre/RS foi realizada uma análise com objetivo de verificar a influência do Método Pilates na composição corporal de praticantes do sexo feminino em idade adulta. Foram utilizadas as medidas das seguintes dobras cutâneas: do peitoral, abdômen, coxa, tríceps, supra-ilíaca, subescapular e axilar média, e ainda como medidas: o percentual de gordura, o peso, a estatura, o peso gordo, magro, ósseo e muscular e o Índice de Massa Corporal de uma amostra composta por nove mulheres, com idade média de 36 ± 12,37 anos, praticantes do Método Pilates, que mantinham uma regularidade de duas sessões por semana. Foi realizada a avaliação antropométrica e utilizado o método antropométrico baseado no protocolo da ISAK (International Society of the Advancement of Kinanthropometry). Após análise e discussão dos resultados acredita-se que o Método Pilates influenciou na composição corporal de mulheres adultas, no aumento do peso muscular, da massa magra e o do IMC, apresentando diferenças significativas entre a primeira e segunda etapa de coleta de dados. O percentual de gordura, o peso gordo e o peso ósseo não sofreram alterações entre as duas etapas de análise dos dados; e, em relação às dobras cutâneas destaca- se que a dobra do tríceps apresentou diminuição com diferença significativa.
Num estudo observacional sobre os efeitos do treinamento do Método Pilates na composição corporal e flexibilidade de adultos a partir de uma amostra de quarenta e cinco mulheres e dois homens (com idade média de 41,5 anos), foram aferidas as medidas das distâncias “fingerip-to-floor”, os percentuais de massa magra pelo método de bioimpedância elétrica, e, também, o estado de saúde através do Questionário da Academia Americana de Cirurgias Ortopédicas. Após a análise dos dados, os autores concluíram que não houve nenhuma mudança estatisticamente significativa na massa magra, no peso ou nos outros parâmetros da composição corporal, porém, o treinamento do Método Pilates melhorou a flexibilidade do grupo estudado.
Através da prática regular do Método Pilates, “o indivíduo redescobre seu próprio corpo com mais coordenação, equilíbrio e flexibilidade. Independentemente da idade, qualquer pessoa pode ser beneficiada por esse método que melhora a qualidade de vida e oferece resultados rápidos”.
Porém, as mudanças no sistema musculo-esquelético relatadas com o envelhecimento são inevitáveis. Perda de massa muscular (sarcopenia), disfunções posturais, redução no ciclo da marcha, e perda do controle do equilíbrio estático são conseqüências das mudanças musculoesqueléticas que ocorrem durante o processo natural de envelhecimento. Alguns autores sugerem que exercícios baseados no Método Pilates, que é um método popular de melhora da força do torso, oferecem outros benefícios incluindo mobilidade na coluna vertebral e nas articulações, e ainda propriocepção, equilíbrio e treinamento de coordenação. Idosos que incluírem exercícios baseados no Método Pilates terão benefícios ao integrarem nos seus programas tradicionais de treinamento de força e equilíbrio.

3 MÉTODO
Este estudo pode ser classificado como um “ensaio clínico controlado não-randomizado, pois houve apenas o grupo de tratamento ou de intervenção. E, portanto não ocorreu nenhum processo aleatório de análise dos dados, somente calculadas as médias do grupo de tratamento.


4 RESULTADOS
Neste capítulo serão apresentados os resultados do estudo. Nas tabelas foram apresentados as médias, os desvios-padrão e as diferenças do grupo em relação ao período pré e pós treinamento com o Método Pilates. Foram consideradas estatisticamente significantes as diferenças que apresentaram uma chance menor do que 5% de terem ocorrido ao acaso (p < 0,05).

4.1 RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO INTERNACIONAL DE ATIVIDADE FÍSICA
Verificam-se os resultados referentes às respostas das participantes medidas pelo instrumento IPAQ, com um período de recordação de uma semana usual, numa entrevista individual gravada. Este instrumento tem domínios de atividades físicas relacionadas a Trabalho, Locomoção ou Transporte, e Lazer. E, este questionário é composto por um total de 14 perguntas.
Não houve mudanças estatisticamente significativas no somatório geral dos domínios de interesse deste questionário. Houve somente no domínio de atividades físicas relacionadas às atividades domésticas.

4.2 NÍVEIS DE ATIVIDADE FÍSICA POR INDIVÍDUO
Na tabela 2 percebe-se que apesar de não ter sido demonstrado uma diferença significativa em relação ao nível de atividade física de cada participante, onde foi utilizado o teste de MecNemar para amostras pareadas, sendo que o indivíduo foi comparado pelo seu próprio escore, ocorreu a seguinte alteração após o treinamento com o MP: quatro idosas com índice médio passaram para o nível alto de atividade física e uma com índice baixo passou para o nível médio. As outras idosas permaneceram com mesmo índice.

4.3 RESULTADOS DA BATERIA DE TESTES DE AVDs
Como podem ser observados na tabela 3, os resultados apresentados nos testes que compõem a Bateria de Atividades da Vida Diária para Idosos Fisicamente Independentes que simula Atividades da Vida Diária, houve significância estatística em todos os testes realizados.

5 DISCUSSÃO
Os benefícios da atividade física regular vêm sendo propagados para a população em geral, porém em especial na população idosa. Esses benefícios vão além de alguns objetivos estéticos procurados pela população mais jovem.
Embora o hábito de atividade física regular possa estender o ciclo vital de uma pessoa em 1 a 2 anos, um benefício muito mais importante do exercício físico é o aumento de 6 a 10 anos na expectativa de vida ajustada à qualidade. Ocorrendo ainda conseqüências práticas imediatas do aumento da qualidade de vida que incluem relatos de maior bem-estar, melhora da auto-estima e sensação de auto-eficácia, bem como uma redução do risco de ansiedade e depressão. Essa sensação de auto-eficácia, de qualidade é reforçada por alguns autores, ao proporem que a aptidão física, quando relacionada à saúde, envolve componentes associados ao estado físico, psicológico e social, seja nos aspectos de prevenção e redução dos riscos de doenças, como também pela maior disposição para as atividades de vida diária.
É importante salientar que o processo de envelhecimento é um processo natural, mas que, traz alterações da força. A força máxima de uma pessoa, geralmente está bem acima das demandas diárias no início da vida, diminuindo de forma constante com o envelhecimento. Por exemplo, a capacidade de mudar da posição sentada para a posição em pé é comprometida em torno dos 50 anos e, por volta dos 80 anos, essa tarefa torna-se impossível para algumas pessoas. Estes autores acrescentam que os adultos mais velhos são tipicamente capazes de participar de atividades que exigem apenas quantidades moderadas de força muscular.
A importância dada pelos idosos em relação ao seu nível de independência para as atividades cotidianas foi pesquisada, tendo como amostra um grupo de terceira idade que participou de uma análise qualitativa na cidade de Viçosa, Minas Gerais. Este estudo detectou que a possibilidade de executar as atividades de vida diária, sem necessitar da interferência ou influência de outras pessoas, está relacionada com a percepção de qualidade de vida, tendo em vista o sentimento de autonomia e saúde.
A importância dos músculos estabilizadores é exemplificada ao afirmar que se precisarmos retirar um livro de uma prateleira alta, não utilizamos primeiro a mão nem o ombro, mas os músculos posturais profundos, os quais estabilizam a espinha lombar, fazendo com que uma vértebra não se afaste muito de suas vizinhas. Esses músculos são o transverso do abdômen e um músculo posterior profundo denominado multífido. Eles formam um colete ou cinto natural de força em torno do centro do corpo de forma que o movimento possa ocorrer com facilidade, estabilidade e segurança.
Em relação ao Método Pilates, “é um sistema de exercícios que possibilita maior integração do indivíduo no seu diaadia. Trabalha com o corpo como um todo, corrige a postura e realinha a musculatura, desenvolvendo a estabilidade corporal necessária para uma vida mais saudável e longeva”. A mesma autora acredita também que através da prática regular do Método Pilates, “o indivíduo redescobre seu próprio corpo com mais coordenação, equilíbrio e flexibilidade. Independentemente da idade, qualquer pessoa pode ser beneficiada por esse método que melhora a qualidade de vida e oferece resultados rápidos”.
Não podemos deixar de citar que antes de qualquer discussão sobre os resultados neste estudo e sobre os possíveis benefícios da prática regular do Método Pilates para a população idosa, a amostra estudada era composta por um grupo privilegiado, pois as integrantes estavam matriculadas em oficinas de aquisição de novos conhecimentos numa Universidade da Terceira Idade. Fato relevante este, pois não reflete a realidade sócia-econômica da grande parcela de mulheres idosas brasileiras. Sendo assim, justificou o interesse latente pelas novas tecnologias demonstrado durante as aulas pelas participantes deste estudo, sendo relatada uma curiosidade latente pelo Método Pilates, devida talvez à divulgação midiática.
A amostra nesta pesquisa foi composta 100% por mulheres com mais de 65 anos, estas com idades entre 65 a 74 anos, com idade média de grupo de 68,13 anos.
Durante o planejamento deste estudo houve a preocupação de que a amostra fosse composta por senhoras que não estivessem praticando qualquer outro tipo de atividade física durante o período de intervenção, por esse motivo foram convidadas somente senhoras inscritas em atividades que não exigisse esforço físico. Foram excluídas senhoras interessadas em participar deste estudo que participavam de modalidades oferecidas pela Universidade de Caxias do Sul, Universidade da Terceira Idade, como por exemplo, hidroginástica, musculação, meditação ativa, pilates, yoga, atividades rítmicas, jogos adaptados a idosos e jardinagem. E, também durante os contatos telefônicos foram excluídas as senhoras que declararam praticar com regularidade exercícios físicos orientados em clubes, academias e condomínios residenciais.
Até o presente momento, na revisão da literatura via LILACS (Literatura Latinoamericana e do Caribe em Ciências da Saúde) e via SCIELO (Scientific Eletronic Library Online) foram encontrados estudos com grupos de jovens atletas, adultos e gestantes, e também com experientes praticantes do Método Pilates, mas nenhum estudo relacionado com o Método Pilates e Envelhecimento Humano.
Foi encontrado somente um estudo publicado, numa revista especializada em geriatria, onde os autores sugerem que, os idosos que incluírem exercícios baseados no Método Pilates terão benefícios ao integrarem nos seus programas tradicionais de treinamento de força e equilíbrio. Porém, este artigo não exemplifica, nem enumera ou quantifica nenhum dado que poderia tentar comprovar algum tipo de benefício relatado ou relacionado ao Método Pilates.
Para analisar a influência do Método Pilates nas atividades de vida diária de mulheres com mais de 65 anos após um treinamento de doze semanas, primeiramente foi necessário avaliar o nível de atividade física regular semanal, antes do treinamento proposto. Para isso, foi utilizado o Questionário Internacional de Atividade Física, o IPAQ, versão 8, forma longa, semana usual, para idosos brasileiros. No IPAQ quanto maiores os escores de dispêndio calórico que são medidos nos diferentes domínios, por mets (medida de dispêndio calórico), maior é o nível de atividade física do individuo que pode ser categorizado nível baixo, médio ou alto. Cada resposta tem um valor equivalente em mets (para cada tipo de atividade) em cada domínio e estas foram multiplicadas e computadas conforme a freqüência (dias por semana) e pelo tempo gasto em minutos nas atividades correspondentes (em minutos).
Verificam-se os resultados referentes às respostas das participantes medidas pelo instrumento IPAQ, com um período de recordação de uma semana usual numa entrevista individual gravada. Nos domínios de atividades físicas relacionadas a Trabalho, Locomoção ou Transporte e Lazer não houve mudanças estatisticamente significativas, assim como no somatório geral dos domínios de interesse deste questionário.
O tempo declarado pelas participantes na posição sentada em minutos por semana usual nas atividades de vida diária subiu de 1446,36 minutos para 1565,45 minutos, demonstrando um acréscimo no nível de sedentarismo semanal de 119, 09 minutos. Este índice de sedentarismo não é categorizado, mas evidencia um aumento equivalente e coincidentemente a quase duas sessões do MP. As idosas entrevistadas referiram-se a atividades na posição sentada como: tempo para alimentar-se, assistir televisão, realizar trabalhos manuais, leitura, uso de computadores e tempo em gasto para locomover-se na posição sentada, ou seja, dirigindo ou durante o uso de transporte coletivo.
Porém, especificamente no domínio de atividades físicas relacionadas a atividades Domésticas, houve uma diferença significativa no tempo gasto com estas atividades, e por consequência no dispêndio calórico, onde a média inicial do grupo era de 896,36 mets/semana usual e após o treinamento com o Método Pilates resultou numa média de 1384,32 mets/semana usual, e, portanto com um acréscimo de 487,95 mets/semana.
Esta diferença talvez reflita questões sociais impregnadas na cultura das mulheres idosas, onde o tempo gasto com atividades para manutenção do ambiente em que vivem, como limpo e organizado, seja de grande importância para a percepção da mulher idosa como autônoma e ainda capaz de administrar o seu lar. Este estudo não aprofundou características sócio-econômicas, como situação de trabalho, ou seja, se a participante ainda trabalhava, ou era aposentada, ou ainda, qual o grau de escolaridade das participantes. O enfoque desta pesquisa se deu na realização das atividades da vida diária.
Durante a validação de uma bateria de testes de atividades da vida diária, os resultados encontrados apontaram que os testes relacionados à capacidade funcional de idosos fisicamente independentes devem enfocar as atividades de locomoção sugeridas pelos participantes do estudo como: caminhar, sentar e levantar-se, subir escadas, subir degraus, levantar-se do solo. E também, atividades diárias de habilidades manuais e de auto-cuidado, como calçar meias.
Neste estudo foi utilizado o mesmo protocolo e os resultados após o treinamento de doze semanas com o MP, sendo dos testes que compõem a Bateria de Atividades da Vida Diária para Idosos Fisicamente Independentes que simula Atividades da Vida Diária, apresentaram significância estatística em todos os testes realizados.
Na tentativa de comparar os resultados encontrados neste estudo com a literatura existente, realizaram uma pesquisa semelhante a esta, porém na modalidade de intervenção a Musculação. Estes estudiosos contaram com oito indivíduos (três homens e seis mulheres), com idade variando de 55 e 80 anos que praticavam musculação há cinco meses no projeto AFRID-FAEFI-UFU. O treinamento de força foi de oito semanas, com três sessões semanais de 60 minutos. Encontraram, também, resultados significativos nos testes aplicados: caminhar/correr 800m”, (p:0,019); “sentar-se e levantar-se da cadeira e locomover-se pela casa”, p = 0,024 e o teste “subir escadas”, p = 0,04.
Mas, neste estudo, os testes com maior significância com um valor de p<0 de="" foram="" os="" span="" testes="">caminhar/correr 800m; sentar-se e levantar-se da cadeira e locomover-se pela casae o teste “subir escadas.
Ainda, no presente estudo, outros testes também apresentaram significância, como no teste levantar-se do solo(p:0,001); teste de calçar meias(p: 0,004). Mas, ao compararmos novamente ao estudo de Arantes e Costa55, os mesmo testes “levantar-se do solo” (p: 0,01); teste “calçar meias” (p: 0,04), que também foram significativos, podemos observar que na intervenção com o Método Pilates, do presente estudo, os resultados ainda demonstraram maior significância estatística.
Devemos ressaltar que tanto as intervenções “Musculação” e “Método Pilates” utilizam princípios do treinamento de força e que estas técnicas são relevantes ao cotidiano do idoso, quando medido o tempo de realização das atividades de vida diária, e que quando comparados os cinco testes citados acima, o Método Pilates demonstrou continuamente resultados com maior significância estatística em relação ao estudo que utilizou a Musculação como intervenção.
Finalmente, dos últimos testes analisados, neste estudo, os testes “habilidades manuais(p:0,004) e o teste de subir degraus (p:0,007) demonstraram resultados surpreendentes, e principalmente nos testes de habilidades manuais, uma melhora inesperada tendo em vista que não foi praticado qualquer tipo de exercício físico de manipulação ou de treinamento óculo-manual durante o período de intervenção além do simples uso de halteres somente nas duas primeiras semanas nos exercícios pré-pilates, fato este que não justificaria uma relação com os resultados apresentados neste teste.
Porém uma característica essencial de qualquer sessão do MP é o princípio da concentração durante a realização dos exercícios, e em específico na tábua utilizada para as habilidades manuais foi exigido além de coordenação óculo-manual também de atenção e concentração por parte da voluntária para a realização correta de todo o teste.
O MP tem por característica a exigência durante a execução dos seus movimentos específicos dos músculos abdominais, dos músculos estabilizadores da coluna vertebral, iliopsoas, quadríceps, também da região lombossacral e do assoalho pélvico, o que talvez justifique a melhora considerável nestes testes que tem por características as valências envolvidas na sua execução como força muscular nos membros inferiores, equilíbrio e surpreendentemente capacidade aeróbia, possivelmente por uma melhora no tônus muscular resultando numa resistência muscular melhorada, diminuindo a fadiga muscular durante a realização destas tarefas resultando num menor tempo hábil para executá-las.

CONCLUSÕES
Com base nos resultados obtidos neste estudo, após um período de doze semanas de treinamento com o MP, podemos afirmar que para o grupo deste estudo, houve uma melhora significativa e, portanto, o treinamento com o MP influenciou positivamente numa diminuição do tempo para a realização das AVDs.
Este estudo não teve a pretensão de mudar num curto período de tempo, de doze semanas, todo um comportamento e atitude em relação à prática de atividade física regular no cotidiano das participantes. E, como foi percebido nos resultados do Questionário Internacional de Atividade Física, as valências físicas melhoradas durante o período de treinamento foram transportadas somente para as atividades domésticas.
Durantes as aulas foi sempre enfatizada e incentivada à importância de manter um modo de vida ativo, um envelhecimento saudável, onde os níveis de independência na velhice estão intrinsecamente envolvidos com o estado de saúde geral, para isto, a atividade física é uma ferramenta valiosa para a manutenção da saúde.
As questões relacionadas aos níveis de independência são mais complexas e atingem um ponto crucial na condição humana que é a dignidade. Não é o tempo cronometrado para a realização das atividades da vida diária que determina o quão dependente o idoso está, mas sim a segurança com que este indivíduo realiza as suas tarefas cotidianas.
Porém a agilidade, destreza, habilidade, refletem no ritmo ou velocidade com que essas tarefas são realizadas. Como essas variáveis são mais subjetivas o tempo de realização foi escolhido para tentar determinar de forma exata essas competências.
Infelizmente não podemos deixar de citar que muitas vezes não é respeitado o ritmo do idoso que sofre por muitas situações de segregação social desde o momento que tentar subir num ônibus, durante uma fila num banco, ao tentar utilizar o caixa eletrônico, em escadas rolantes, assim como em outras situações embaraçosas relatadas pelas participantes deste estudo.
Apesar das limitações dos testes físicos, estes foram úteis e demonstraram excelentes resultados, reforçando o que a literatura existente já propagava sobre os possíveis benefícios da prática regular do MP no cotidiano do praticante.
Entretanto, este estudo foi inédito tendo como tema a utilização do Método Pilates numa população idosa brasileira, o que demonstra uma literatura restrita a outras faixas etárias. O que torna necessários outros estudos que privilegiem as características do Envelhecimento Humano e todas as possibilidades de pesquisa que o Método Pilates abrange, inclusive em estudos interdisciplinares, tanto de caráter qualitativos e/ou quantitativos. 

domingo, 9 de junho de 2013

Power House





Grande vantagem do Pilates, conscientização da musculatura abdominal, do Power House. Joseph Pilates referia-se à área abdominal, em conjunto com a lombar e multífidos o "cinturão de força", a casa de força do corpo. Quanto mais forte o cinturão de força, mais eficiente e potente o movimento. Seguindo seus ensinamentos, antes de cada exercício recrutamos os músculos profundos da região abdominal e lombar, a fim de manter a região central estável antes de realizar os movimentos de braços e de pernas. A força vem do centro e reflete para as extremidades, centro forte = coluna estável = menor risco de lesão e dor.
Segundo McGill, um grande especialista em desordens da região lombar, acredita que todos os músculos do tronco desempenham algum papel na estabilização, mas os multífidos e o quadrado lombar foram identificados como os principais estabilizadores da coluna vertebral. O Paul Hodges descreve os músculos estabilizadores profundos do abdômen e da lombar como um cilindro tridimensional. Na frente e no lado do cilindro está o mais importantes de todos o transverso do abdômen, músculo profundo que envolve a coluna. Na base do cilindro o assoalho pélvico, que dá suporte aos órgão internos. Finalmente a tampa do cilindro, o diafragma. A estabilidade da lombar depende de todos os músculos da casa de força, do Power House, trabalhando juntos para transformar o abdômen e a coluna em um forte cilindro de apoio.

 
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