sábado, 23 de julho de 2011

Espondilólise e espondilolistese



Espondilólise

É uma má formação anatômica ou fratura de estresse ou trauma que provoca a descontinuidade dos pares articulares, podendo ser unilateral, associada ou não a espondilolistese, (se a fratura alterar a estabilidade vertebral), apresentando graus variados de separação.

Etiologia

Alterações no desenvolvimento gerando má formação vertebral e fraturas por estresse são as principais causas.
O istmo vertebral é a região mais vulnerável aos microtraumas repetitivos. Estes ocorrem nas várias atividades físicas de um indivíduo em crescimento, tais como judô, ginástica olímpica, lutas, levantamento de peso, e esportes que exigem saltos, os quais apresentam maior incidência de espondilólise. Os atletas envolvidos com esportes que exigem movimentos de rotação repetitiva, extensão ou flexão acentuada, podem apresentar esta lesão.
Como esta lesão foi descrita apenas em humanos, é possível que a postura ereta associada a estresse inapropriado possa representar um fator etiológico importante. Provavelmente, estas diferentes origens estejam presentes sozinhas ou de maneira associada em cada caso.

Incidência

A prevalência parece ser aumentada em homens e indivíduos fortemente ativos ou em atletas. Há um forte componente de hereditariedade. A maioria dos casos ocorre em L5 (cerca de 90%), o defeito é unilateral em um quinto das ocorrências. Quanto mais cranial for a vértebra menor a frequência da espondilólise (menor carga nos pedículos articulares).

Diagnóstico

A história clínica fornece os elementos para o diagnóstico. O exame físico geralmente não é o característico, sendo que a dor lombar pode ocorrer na região central ou lateral; caso a lesão for unilateral perceptível à palpação, o paciente poderá apresentar posição antálgica, com modificações posturais.
O diagnóstico é confirmado com radiografias da região lombosacra A.P, perfil e oblíquoas (onde é encontrado o típico sinal radiológico do "cachorro de Lachapelle"), as radiografias dinâmicas em flexão e extensão permitem melhor caracterização da instabilidade e fornecem dados que podem ter importância na conduta terapêutica.
Porém, na fase inicial da espondilólise a lesão somente é visível em exames que demonstram alta sensibilidade, como a cintilografia óssea e a ressonância magnética, porém a tomografia computadorizada permite a nítida visualização da lesão na fase inicial, (mais indicada na fase de edema), através dos cortes paralelos ao ístmo vertebral.

Tratamento e contra indicações:

.Evitar rolamento caudo-cranial com cargas excessivas sobre as vértebras
.O peso corporal é uma contra indicação
.Evitar a extensao de tronco

O que deve ser realizado:

.Alongamento axial
.Rolamentos crânio-caudal
.Trabalhar tonificação dos músculos eretores
.Fortalecimento abdominal principalmente transverso.


Espondilolistese




É uma deformidade em que uma vértebra desliza sobre a outra e provoca um desalinhamento da coluna. Este deslizamento ocorre de forma muito lenta, e muitas vezes está estacionado.

Tipos de espondilolistese:

Associada à espondilólise

Deslizamento vertebral anterior com presença de alterações nos arcos neurais originadas por traumas ou deformações congênitas.

Espondilolistese degenerativa

É uma forma particular de estenose degenerativa do canal vertebral lombar caracterizada pelo deslizamento de uma vértebra em presença de arco neural íntegro. Ela resulta da degeneração do disco associada à artrose dos elementos articulares posteriores. A estenose é agravada pela deformação degenerativa dos processos articulares e obstrução constante dos recessos laterais. Correspondem a 25% dos casos de espondilolisteses com predominância no nível L4-L5.

Etiologia

Atletas jovens com diagnóstico de espondilólise tem maior risco de desenvolver espondilolistese emtre 9 e 14 anos de idade sendo mais encontrada o sexo feminino do que no masculino, em outro estudo realizado a sintomatologia foi antes dos 20 anos de idade em 23% dos 415 pacientes analisados.
Em um estudo feito com 100 ginastas americanas, constatou que 11% desta população apresentavam alteração nos pares interarticulares devido aos movimentos repetitivos de hiperflexão e de torção da coluna.

Classificação

.Grau 1: ocorre um deslizamento de 25%
.Grau 2: ocorre um deslizamento de 50%
.Grau 3: ocorre um deslizamento de 75%
.Grau 4: deslizamento completo sendo nomeado de espondiloaptose, deslocamento completo de L5 à frente de S1.


Instabilidade da coluna lombar

Resposta anormal a uma força externa, devido a um aumento da mobilidade do segmento motor, além dos limites da amplitude normal, isto pode ocorrer devido a uma falha dos elementos estáticos ou dinâmicos ou alterações no sistema neuromuscular. Durante a extensão da coluna a estabilização virá do ligamento longitudinal anterior, do anel fibroso anterior e das articulações facetárias. Pode ocorrer hipertrofia do ligamento amarelo devido ao excesso de hiperextensão gerando estenose no canal vertebral.
Na presença de degeneração ou trauma o efeito estabilizador das estruturas estáticas diminui tornando necessário uma maior intervenção dos componentes dinâmicos (músculos, tendões e fáscias tóraco lombar). As estruturas musculares tem uma ação direta (prevenção de um movimento indesejado), no caso da espondilolistese seria a extensão da coluna. Já o sistema de controle neural é responsável pelo equilíbrio estático e dinâmico que são monitorados por receptores localizados nos ligamentos e articulações que são transmitidas através do circuito neuronal ativando grupos musculares específicos que "restauram a estabilidade". Porém, essa estabilidade só acontecerá se houver um equilíbrio de forças dos músculos envolvidos com a área afetada (M. psoas, M. multífidos, M. eretores da coluna).
A quinta vértebra é sustentada entre as cristas ilíacas e ancorada pelos ligamentos ílio lombares. A quarta vértebra lombar é mais vulnerável, sobretudo quando o sacro é alto congenitamente estando L5 invaginada entre as cristas ilíacas.

Alterações posturais da espondilolistese

O tórax apresenta-se retificado com a pelve em báscula anterior levando as coxofemurais em rotação interna.
Na maioria dos pacientes ocorre uma verticalização sacral e retificação lombar gerando um encurtamento na cadeia posterior. A marcha anserina passa a ser típica.
A presença de quadro álgico só aparece a partir do grau 2, estando localizado na região lombar e às vezes na região glútea e região posterior da coxa . É relatada dor do tipo mecânica, que é decorrente do esforço físico e melhora com o repouso.
Pode ocorrer dor do tipo ciática por compressão da raiz nervosa devido ao estreitamento do forame de conjugação devido a uma formação de massa fibrocartilaginosa no efeito (par interarticularis).

Tratamento cirúrgico

O tratamento cirúrgico das instabilidades da coluna pela artrodese foi introduzido aproximadamente em 1920 e atualmente, está amplamente difundido. As fusões são realizadas em pacientes portadores de espondilolistese ou doença degenerativa acomentendo mais a regiões cervical e lombar.
Em 1969 houve a introdução do instrumental como o uso de parafusos pediculares tendo como objetivo: aumentar a estabilidade pós operatória e favorecer a consolidação da artrodese.
A eleição para cirurgia é quando a sintomatologia não regride com o tratamento conservador ou ocorre a listese progressiva acima de 50% (grau 3), já levando a distúrbios da marcha.

Tratamento

O tratamento consiste em um programa de exercícios específicos para o recrutamento do transverso do abdomen agindo em co-contração com os músculos paravertebrais, promovendo um aumento da rigidez da coluna lombar através de suas inserções na fáscia toracoabdominal em conjunto com um aumento da pressão intra-abdominal.
A ativação dos músculos abdominais, formam um colete lombar fisiológico (aumento da área lombar) que quando combinado com um posicionamento lombopélvico ideal (equilibrado) dissipam a pressão axial exercida sobre a coluna diminuindo o estresse nos pares articulares.

Leg pull front









(Ex: co-contração dos multífidos e abdomen)

Sit up

OBS: existem facilitadores, como a barra tower no cadillac ou wall unit para ajudar na execução e na evolução do movimento.



















(Ativação dos músculos abdominais)

Exercício contra-indicado

A extensão deverá ser evitada, já que este movimento pode agravar o escorregamento vertebral.

Swan
















Importante

O equilíbrio corporal na "síndrome do baixo cruzado" caracterizado pela fraqueza de glúteos e abdominais e aumento das atividades dos eretores da coluna e flexor do quadril (também presente na hiperlordose)

Fonte:
.Apostila Pilates Avançado Metacorpus

Imagens:
.Google

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