domingo, 3 de junho de 2012

Hérnia de disco cervical tratada com fisioterapia




A dor de origem cervical que se irradia para o ombro, braço, mão, cabeça bem como no pescoço, é frequentemente resultado da irritação das raízes nervosas na região do foramen intervertebral, da invasão do leito vascular durante seu curso no canal vertebral, ou da invasão da medula no canal vertebral.
O mecanismo que origina a dor e a incapacidade na região cervical, pode ser considerado corno resultado do estreitamento do espaço ou de movimento defeituoso na região do pescoço, pela qual passam os nervos ou vasos sanguíneos.
A compressão da raiz nervosa por hérnia de disco cervical é pouco frequente. "Para entrar em contato com o nervo, o disco deve herniar para o espaço intervertebral e fazer protrusão em direção dorsolateral".
As complicações da hérnia de disco cervical incluem perda de sensibilidade, dor de cabeça, diminuição de força etc. Considerando que o mecanismo que origina a dor e as parestesias e, como consequência, incapacidade funcional de toda a região cervical, pode ser resultado do estreitamento do espaço ou do movimento defeituoso na região do pescoço, imaginou-se que uma das possíveis causas da dor pudesse
ser a retificação da coluna cervical. Assim, tanto nas curvas lordóticas acentuadas quanto nas retificações das curvas cervicais, existe a necessidade de um alongamento muscular localizado e global, uma vez que a compensação de um segmento leva a compensações em outras regiões do corpo. Neste estudo, quando o trabalho era realizado em decúbito dorsal, usou-se um rolo sob a coluna cervical no sentido de recriar a curva fisiológica perdida. O que se observou em outros pacientes é que o alongamento muscular não era suficiente para diminuir a sintomatologia referida, pois quanto mais se alongavam os músculos, mais se acentuava a retificação, não havendo diminuição dos sintomas referidos. Assim, a partir do momento em que se atentou para o uso do "rolo" durante as sessões e em casa ao deitar, houve um desaparecimento dos sintomas em poucos dias, sugerindo então uma atenção especial para um exame atento do paciente, e um RX comprobatório da situação da coluna cervical. A literatura pouco se refere à atuação da fisioterapia e da sua eficácia nos pacientes com hérnia de disco cervical. O artigo propôs um trabalho de fisioterapia visando melhorar a força muscular e o ganho de amplitude articular em pacientes com hérnia de disco cervical. Neste trabalho ele compara estes dois aspectos antes e após o tratamento de fisioterapia, obtendo resultados satisfatórios. Nos nossos pacientes não foi observada limitação de movimento, apenas a restrição imposta pela dor, que foi sanada a partir do momento em que esta foi eliminada. Assim, ao invés de melhorar a força muscular, optou-se por alongar as estruturas encurtadas em nível local e geral.
Este aspecto vem de encontro à afirmação de Méziêres, que na década de 50, já dizia que a questão não está na fraqueza da musculatura posterior, mas no excesso de força, sugerindo então que a solução seria soltar os músculos posteriores para que eles libertem as vértebras mantidas num arco côncavo. Assim, no nosso trabalho, foi feita a mesma analogia: ao invés de fortalecer músculos, optou-se por "soltar" os músculos que se achavam encurtados, objetivando com isso conseguir um alongamento das estruturas musculares. Entende-se por alongamento muscular, qualquer manobra terapêutica elaborada para alongar estruturas de tecido mole encurtadas. Sua indicação mais frequente refere-se à necessidade de alongar os encurtamentos, sempre que estes interferirem com as atividades da vida diária.
A avaliação da dor, dos sintomas de parestesia e diminuição da força muscular foi feita através do relato verbal dos indivíduos, que afirmaram terem estas desaparecido, mostrando-se satisfeitos com o retorno às atividades diárias sem restrição alguma.
Por isso a importância de um trabalho global, atuando no corpo com um todo, melhorando as distribuições de forças, organizando essas alterações, reeducando e aliviando as dores. Com a evolução o aluno pode passar para uma atividade que vai dar continuidade ao trabalho que foi realizado com fisioterapia, por exemplo o Pilates que não vai ter um trabalho específico da cervical, mas vai reeducar o movimento e postura da cabeça sobre o tronco, do tronco sobre a pelve, ajustando as curvaturas fisiológicas e completando o trabalho de organização das fibras tônicas posturais feito pelo alongamento das fibras em excêntrico executado na sessão de fisioterapia.

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